sexta-feira, 8 de julho de 2011

O amor é cego?

Em um desses dias em que ando de ônibus, uma coisa rotineira já... Passageiro entra, passageiros descem, bebê chora, criança grita e gente conversando. Realmente normal. Então o ônibus pára no ponto. Várias pessoas entram, batendo seu cartão trasporte no módulo. A última pessoa a subir é uma moça relativamente nova. Ela está de óculos escuros e uma bengala em uma das mãos. Mostra a carteira para o motorista. Logo entendo que ela é cega. Ela passa pela catraca com cuidado, vejo que atrás dela tem um rapaz de óculos escuros, cego e novo também. Percebo que ele segura na blusa da moça com delicadeza. Então entendo: ela é a guia dele. Ambos sentam-se em um lugar reservado, ele com carinho passa o braço pelos ombros dela e beija a sua testa.
Nesse gesto já deu pra entender: amor.

Muitas pessoas do ônibus ficaram encantadas com esse casal, que demonstrava carinho, respeito e amor pelo simples fato de estarem sentados, um ao lado do outro, zelando por ambos. A estada deles ali, foi um show para os nossos olhos. Era casal mais lindo que eu já vi. Sei que metade do ônibus nem sequer notaram a entrada deles, muito menos a saída, mas os que notaram tenho certeza que são aquelas pessoas que vêem a vida de forma diferente.